domingo, 29 de novembro de 2009

Recuerdos de la Alhambra - Francisco Tarrega

Ouça a música e leia os versos lenta e calmamente, sem pressa. Não se esqueça de desfrutar de cada nota, de cada nuance e de cada emoção que lhe despertar este divisor de águas do violão erudito - Recuerdos de la Alhambra.




Para onde vai aquela ave?
Voou alto, por entre as nuvens...
Nossos espíritos voaram junto.
Para onde?
Voamos todos juntos
para lugar nenhum,
ou para todo lugar do mundo.

Uma cachoeira celestial
nos banha com suas águas,
límpidas e cristalinas.
Bebamos dessa cascata,
um alimento sentimental.
Nademos todos juntos
para além dessa toccata.

A terra que se estica
sob as asas de minha alma
vê a noite e vê o dia,
os reflexos da Imensidão.
O alvorecer e o entardecer,
Lua nova e Lua cheia,
provém todos da mesma centelha.

Numa floresta de plácidas árvores,
cujas copas alcançam os deuses
e cujas flores florescem fluorescentes,
chegarão uma ave e uma legião de mentes.
Desfrutaremos todos da paz eterna,
ao som das últimas lástimas de Alhambra.

Mantenhamos acesas, por ora, as chamas de nossos corações, restantes das centelhas primevas que incendiaram o Universo em vida.

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Esses versos aí em cima foram uma completa doidera rsrsrs. Escrevi o que me foi sendo desperto pelo fluir da música... Pode não fazer sentido nenhum! Mas quem disse que a arte precisa fazer sentido? Esses versos loucos fazem total efeito, mas não em nossa mente, em nossa razão - eles fazem efeito completo em nossas emoções, ou, pelo menos, nas minhas... Mesmo não sendo tão bons quanto eu queria que fossem (talvez eu nunca consiga fazer algo tão bom quanto o que eu pretendo), eles são sublimes (e talvez eu e todos os outros artistas nunca consigamos fazer algo que não seja sublime).

Alguém acha que a arte não está além da compreensão e da beleza racional? Eu acho que apenas no ato de sentir é que a arte se mostra e se (in)explica, sublime que é e que sempre será.

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