segunda-feira, 31 de maio de 2010

Em labareda

Uma esfinge se abate
sob o fogo escarlate,
mas meu verso é etéreo,
não queimou seu mistério.

Ricocheteia a latrina
no argumento vicioso
que se esculpe em pedra ígnea:
meu poema é imune a fogo.


Licença Creative Commons
Em Labareda de Richard Martin Souza é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.

domingo, 9 de maio de 2010

Celacanto

No fundo de qualquer mar
sempre está o celacanto a flanar,
andando e nadando e voando
no ritmo em que bem quiser navegar.
Assim, sem perder o encanto.

Não há paredes ou calçadas.
O oceano é uma avenida sem trânsito
e sem os murmúrios transeuntes.

O silêncio de sua idade
- uma era vasta tal qual o mar-,
pesa em seu corpo,
mas é vital à sua nobreza.

Só há o celacanto lá.
Sua onipresença é elusiva,
eslúvia na matiz lasciva
do abismo marítimo.

Alguém despertaria tamanho misticismo e beleza quanto um celacanto?
Nenhum humano, na certa.




Licença Creative Commons
Celacanto de Richard Martin Souza é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.