Aqui estamos,
aqui chegamos.
É o limiar
do novo ano,
de um novo encanto.
O que é ruim
já foi pelo cano.
Saudemos o alegre, feliz novo ano!
A Terra partiu,
e agora já volta
ao mesmo ponto
onde o Sol se entorta,
pela mesma linha,
a percorrer o céu.
Pois a vida é um ciclo.
Saudemos o alegre, feliz novo ano!
Entre flores e tiros,
entre muitos presságios,
entre grandes martírios
e pequeninos atos,
o que foi feito se assoma
num único segundo:
a virada do ano,
a virada do mundo.
Precavei-vos do futuro.
Sabe-se lá o que vem
dos escombros do próximo minuto.
Não esqueceis o passado,
a lanterna que vos guiará
pelos escombros do próximo passo.
Saudemos o estranho, feliz ano novo!
Ano Novo by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
Etnocentrismo
Na Europa foi a Inquisição,
morreria qualquer bruxo pagão.
Na África foi o Imperialismo
e mais um pro catolicismo.
Eram todos uns desalmados,
hábitos de incivilizados.
Levaram, então, bons costumes.
Trouxeram milhões de escravos.
Realmente, ótimos costumes.
Na igreja, é "descarrego".
Lá, encosto não tem sossego.
Umbandista está todo errado,
afinal a Bíblia nunca está ao contrário.
"Contradição? Como? Foram 20 homens inspirados!"
O radical de qualquer um dos lados,
pensa que nunca está errado.
"Eu sou o detentor da verdade!
Venham pra minha nova religiosidade!"
Mas a epistemologia já nos conta,
que a verdade o homem nunca encontra.
Como podes, então, mero mortal,
dizer que todo o resto é ilegal?
Estás acima do bem e do mal?
Sejas fervoroso, sejas ateu,
o teu mundo não é melhor que o meu!
Se ainda dizes que estou é errado,
então nós, aqui, testemunhamos
o Imperialismo renascendo, contemporâneo.
Etnocentrismo by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
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morreria qualquer bruxo pagão.
Na África foi o Imperialismo
e mais um pro catolicismo.
Eram todos uns desalmados,
hábitos de incivilizados.
Levaram, então, bons costumes.
Trouxeram milhões de escravos.
Realmente, ótimos costumes.
Na igreja, é "descarrego".
Lá, encosto não tem sossego.
Umbandista está todo errado,
afinal a Bíblia nunca está ao contrário.
"Contradição? Como? Foram 20 homens inspirados!"
O radical de qualquer um dos lados,
pensa que nunca está errado.
"Eu sou o detentor da verdade!
Venham pra minha nova religiosidade!"
Mas a epistemologia já nos conta,
que a verdade o homem nunca encontra.
Como podes, então, mero mortal,
dizer que todo o resto é ilegal?
Estás acima do bem e do mal?
Sejas fervoroso, sejas ateu,
o teu mundo não é melhor que o meu!
Se ainda dizes que estou é errado,
então nós, aqui, testemunhamos
o Imperialismo renascendo, contemporâneo.
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domingo, 13 de dezembro de 2009
Trilha noturna
Sobe pela rua
Sobe com a bruma
que A noite ainda é tua
Sobe até a Lua!
Vai com a neblina
Vai, e sem espera
Vai pela atmosfera
que A noite é irrestrita!
Corre como a luz
E vai com lentidão
Ao paradoxo da salvação
que A noite te seduz.
Sobe essas escadas!
Vai, e sem escalas!
Voa com tuas asas!
pois Tuas pernas já estão em brasas...
Aproveita o Sol escondido
que O teu caminho é nebuloso
Vai! Que o céu está lindo!
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Sobe com a bruma
que A noite ainda é tua
Sobe até a Lua!
Vai com a neblina
Vai, e sem espera
Vai pela atmosfera
que A noite é irrestrita!
Corre como a luz
E vai com lentidão
Ao paradoxo da salvação
que A noite te seduz.
Sobe essas escadas!
Vai, e sem escalas!
Voa com tuas asas!
pois Tuas pernas já estão em brasas...
Aproveita o Sol escondido
que O teu caminho é nebuloso
Vai! Que o céu está lindo!
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sábado, 5 de dezembro de 2009
Um quadro na parede
Uma reflexão sobre a arte.
Pintou-se o quadro,
enquadrou-se a pintura.
Emoldurou-se a doçura
e adoçou-se a moldura.
Inserem-se os porquês
e a arte se desfaz.
Retiram-se os porquês
e a arte se (in)explica.
Pintou-se o gênesis,
gerou-se a pintura.
Armou-se o deus
e endeusou-se a armadura.
Insere-se a razão
e a arte se esgota.
Insere-se a emoção
e a arte se inicia.
Estoura uma bomba,
e nova arte se cria.
Se avoa uma pomba,
e nova arte se cria.
Se existe alguma sombra,
a arte lá impera.
Se a luz do dia impera,
o impressionista lá pondera.
Clareou-se a orquestra
e orquestrou-se o clarão.
Ampliou-se a festa,
festejou-se a amplidão.
Pintou-se a viola,
violou-se a pintura.
Eternizou-se a forma,
formou-se a (e)ternura.
Um quadro fixo no muro,
mas um vetor sem sentido.
Será uma cópia do mundo,
ou uma performance do instinto?
Se a arte invoca
os verbos de tua alma,
não tente explicá-la com
tua boca de carne morta.
Um quadro na parede by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
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Pintou-se o quadro,
enquadrou-se a pintura.
Emoldurou-se a doçura
e adoçou-se a moldura.
Inserem-se os porquês
e a arte se desfaz.
Retiram-se os porquês
e a arte se (in)explica.
Pintou-se o gênesis,
gerou-se a pintura.
Armou-se o deus
e endeusou-se a armadura.
Insere-se a razão
e a arte se esgota.
Insere-se a emoção
e a arte se inicia.
Estoura uma bomba,
e nova arte se cria.
Se avoa uma pomba,
e nova arte se cria.
Se existe alguma sombra,
a arte lá impera.
Se a luz do dia impera,
o impressionista lá pondera.
Clareou-se a orquestra
e orquestrou-se o clarão.
Ampliou-se a festa,
festejou-se a amplidão.
Pintou-se a viola,
violou-se a pintura.
Eternizou-se a forma,
formou-se a (e)ternura.
Um quadro fixo no muro,
mas um vetor sem sentido.
Será uma cópia do mundo,
ou uma performance do instinto?
Se a arte invoca
os verbos de tua alma,
não tente explicá-la com
tua boca de carne morta.
Um quadro na parede by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
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