sábado, 23 de outubro de 2010

Canto de um pássaro

Canta pássaro forte!
Canta até a morte!
O pássaro que canta agora
canta a vida da nossa sorte.

Lá se vai lá...
pra nunca voltar,
sem olhar pra trás.
É o nosso herói,
o pássaro capaz.

Vai voar, vai voar,
o pássaro do nunca mais.
O adeus se faz, voltar jamais.
Foi-se embora, a morte lhe cai.

Onde estás, teu corpo jaz.
Tu'alma vai pro além-mar.

Canta pássaro forte!
Canta até a morte!
O pássaro que canta agora
canta a vida da nossa sorte.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gramado sob a Lua

A noite a brisa,
a grama o orvalho.

Deitar no coração da Terra
e possuir o inalcançável.

No universo da mente
estrelas são noivas enfeitadas.

E a Lua... ah! A Lua!

A noite, a brisa...
A grama, o orvalho,

a Lua, apenas eu e ela.
Está no céu, está ao meu lado.


Licença Creative Commons
Gramado sob a Lua de Richard Martin Souza é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.

sábado, 9 de outubro de 2010

Letras na correnteza

Pra onde?
Ele vai andando nas cordas.
Procura uma nota no fim do caminho.
Não sabe, porém, que seu caminho
já trilhou toda a escarlate melodia.

Ele vai planando pelo ar.
Há dia sobre o vasto oceano.
O longínquo além confina a luz,
por baixo de panos dourados e de íris celestes,
da presença dela.

Mas a vontade dele
não é mais que um vidro quebrado,
tão frágil quanto o amor dela,
que se esgota e se desmancha.

Seria tudo isso
apenas uma mancha que se limpa?
Seria toda essa música
apenas palavras em nuvens?

Ele pressente que mais um ciclo
se findará em sua vida.
Que foi apenas uma vã epifania.