sábado, 25 de setembro de 2010

Pena

Multicolor,
de leveza transparente.
Uma lágrima colorida,
emblema de asas cinzas.

Só se vê o monocromático.
Não se ouve o levitar da ave.

Uma asa que só afoga.


















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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Engenharia Solar

Cresce verde o espinafre.
Houve de ser regado por água fresca.
Como o céu e o mar, espelhos azuis,
tem produto verde tão sem sintaxe?

Natureza, me deixas besta!

O verde, o azul, o vermelho,
o ultra-violeta, o infravermelho...
as cores se fundem e nos chicoteiam a cada beijo.

Ó, branco divino!
És produto da suprema parafernalha!

Mas nem em tão ascendente luz,
meu fascínio soturno se reduz.
À luz do nada é que se manifesta,
sem escrúpulos,
a poesia que se faz em mim indigesta.

Completamente dispensável, porém necessário.


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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vontade de voltar

Onde o larguei?
Deixei-o tão só...
Sim, só. Só faltei eu.
Faltei para mim. Tudo bem pra ele.

Por quais pescoços rolou?
Quais corpos mirou?
Meu pingente está vazio.
Está agora noutro cordão.

Pedra verde como íris,
troquei-a por qualquer medalhão.
Como pude? Arruinei a flama de minh'alma,
não tendo ela outra casa pra incendiar, pra fugir.

Meu pingente agora está perdido.
Perdi-o em outro universo,
e um universo se perdeu em mim.
Para sempre.

Sei o que não fiz para me casar com sua preciosidade.
Não sei o que farei para repor esse pedaço do meu ser.


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