Ela é uma estrela,
imperatriz cintilante,
no céu de lua nova,
a única e derradeira.
O brilho pálido,
no intenso do inexistente,
na imensidão do preto incolor.
É uma estrela simplória,
é toda a vastidão noturna.
Seu brilho mal figura em meu olhar,
eis o nada que preenche toda a noite.
Outrora, me assemelhei ao infindável,
mas outrora encerrou-se.
Encerrei-me no dia da noite.
Nesta, em sua soturna plenitude,
meu crepúsculo ainda tem vida,
embora, em sua inesquecível aurora,
a minha própria já estivesse extinta.
Meu crepúsculo,
fundador do austero da eternidade,
fusão entre passado e atemporal,
pai e mãe da flor mais infrutífera.
Minha estrela,
início e fim inalcançáveis do infinito,
a primeira e a derradeira.
Há um sinal no negro do céu,
símbolo de tudo o que é verdade,
mas nunca foi real,
e sempre existiu no impossível.
Mas nada, absolutamente nada,
é eterno na eternidade.
O final já desabou.
Acabou-se tudo.
Suspiro final de uma paixão by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário