A alvorada era pálida e densa.
Não havia pássaros cantando.
O herói que desistiu da recompensa,
no astral a vagar em marcha intensa,
encarava a Lua no ocaso nadando,
imerso nas nuvens do céu se elevando.
Nunca mais ouviu suspiros.
Nunca mais lhe falaram de amor.
Agora, os astros lhe traziam temor.
E sua saudade era seu retiro.
No momento, sentiu um tiro,
que cruzou, do corpo, a podridão.
Seu óbito veio como martírio.
O que pensou ser o eterno alívio,
foi o que o lançou nas trevas do horror.
Seus esforços o levaram à depressão.
----------------------------------------
Rasgando a noite em acordes de esperança,
veio a fé com sua suprema aliança:
a vontade, o amor e a vida.
Seu Ágape que era impulsão retida,
ao mundo trouxe encanto de infância.
Reanimando o corpo para uma nova estação.
Era a primavera que escalava o horizonte,
se alastrando pela plena imensidão,
com sua coroa ofuscante em diamantes.
Lançou por terra, do herói, a austera fronte.
Pariu no céu o ciano da renovação.
Tornou o fúnebre uma valsa brilhante.
Morte - Ressurreição by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Brasil License.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.
-------------------------------------------
sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
A enxurrada
Os rios mais mortíferos cruzei,
nas dunas mais ferventes mergulhei,
os montes mais agudos escalei,
mas na estrada engarrafada é que parei.
Nem a marquise, velha e forte, me abrigou,
nem a casinha aconchegante me abrigou,
nem a bruma, brava, briguenta, me abrigou,
nem, imponente, La Catedral me abrigou.
No Rio Maracanã... estava lá a calamidade.
Imerso em heroísmo, eu o trilhei sem sanidade.
Estando já do outro lado, triunfante a erguer o trunfo,
descobri, então desolado, que acabara a aula no mundo.
Avante, soldados da ci..ê...n........blub!
A enxurrada by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Brasil License.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.
nas dunas mais ferventes mergulhei,
os montes mais agudos escalei,
mas na estrada engarrafada é que parei.
Nem a marquise, velha e forte, me abrigou,
nem a casinha aconchegante me abrigou,
nem a bruma, brava, briguenta, me abrigou,
nem, imponente, La Catedral me abrigou.
No Rio Maracanã... estava lá a calamidade.
Imerso em heroísmo, eu o trilhei sem sanidade.
Estando já do outro lado, triunfante a erguer o trunfo,
descobri, então desolado, que acabara a aula no mundo.
Avante, soldados da ci..ê...n........blub!
A enxurrada by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Brasil License.
Based on a work at lacatedraldasletras.blogspot.com.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
A dialética da coragem
A coragem desembainha a espada
Mas é o medo que golpeia o inimigo.
A coragem levanta a bandeira
Mas o medo é quem a finca no solo inimigo.
A coragem coroa o rei
Mas é o medo que governa.
A coragem fundou povos e nações
E o medo garantiu-lhes a sobrevivência.
O que é a coragem, senão uma virtuosa sacerdotisa que
cegou o medo para admirar sua beleza e poder?
(Ricardo Costa)
A Dialética da Coragem by Ricardo Costa Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
Assinar:
Postagens (Atom)