A alvorada era pálida e densa.
Não havia pássaros cantando.
O herói que desistiu da recompensa,
no astral a vagar em marcha intensa,
encarava a Lua no ocaso nadando,
imerso nas nuvens do céu se elevando.
Nunca mais ouviu suspiros.
Nunca mais lhe falaram de amor.
Agora, os astros lhe traziam temor.
E sua saudade era seu retiro.
No momento, sentiu um tiro,
que cruzou, do corpo, a podridão.
Seu óbito veio como martírio.
O que pensou ser o eterno alívio,
foi o que o lançou nas trevas do horror.
Seus esforços o levaram à depressão.
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Rasgando a noite em acordes de esperança,
veio a fé com sua suprema aliança:
a vontade, o amor e a vida.
Seu Ágape que era impulsão retida,
ao mundo trouxe encanto de infância.
Reanimando o corpo para uma nova estação.
Era a primavera que escalava o horizonte,
se alastrando pela plena imensidão,
com sua coroa ofuscante em diamantes.
Lançou por terra, do herói, a austera fronte.
Pariu no céu o ciano da renovação.
Tornou o fúnebre uma valsa brilhante.
Os rios mais mortíferos cruzei,
nas dunas mais ferventes mergulhei,
os montes mais agudos escalei,
mas na estrada engarrafada é que parei.
Nem a marquise, velha e forte, me abrigou,
nem a casinha aconchegante me abrigou,
nem a bruma, brava, briguenta, me abrigou,
nem, imponente, La Catedral me abrigou.
No Rio Maracanã... estava lá a calamidade.
Imerso em heroísmo, eu o trilhei sem sanidade.
Estando já do outro lado, triunfante a erguer o trunfo,
descobri, então desolado, que acabara a aula no mundo.