tag:blogger.com,1999:blog-27805193207609950982024-03-13T04:37:53.645-03:00La Catedral das LetrasDionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.comBlogger79125tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-43495259587739913822014-02-19T01:06:00.003-03:002014-02-19T01:06:51.206-03:00A Rainha de EscorpiãoDo alicerce - fogo e cinza<br />
do elusivo - terra e vida<br />
É vento, é voz, é Vênus<br />
No poço profundo das trevas<br />
<br />
Do poço - água e luz<br />
do Sol - dias perfeitos<br />
Destemida em toda treva,<br />
Parte em fendas toda a terra<br />
<br />
Das trevas - o sangue do amado<br />
dos dias perfeitos - fogo e vida<br />
E as águas dos poços turbilham.<br />
E há incêndios nas fendas do abismo.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-38692419536524552502013-11-12T15:59:00.000-02:002013-11-12T15:59:17.170-02:00Anfitriã e ConvidadoEis o manto dessa grande mata verde<br />
Toque o chão com pés descalços<br />
Cheire as flores no quintal<br />
<br />
Gosto do odor que nos trazem, os ventos<br />
Lindo, o riacho corrente<br />
Glória à montanha solene<br />
<br />
Entre em minha casa, veja a sala, o quarto, estantes<br />
Veja que lugar escuro<br />
O café é o meu amigo<br />
<br />
Luzes e sombras dão o tom de sua voz<br />
Grandes contrastes que eu amo<br />
Sabedorias vertendo dos ares<br />
<br />
Aqui estive, amor, sozinha, o céu nublado<br />
Não roguei por ti, pra amar<br />
Mas a casa fez-se um templo<br />
<br />
Acenda um incenso e estarei bem bem-vindo<br />
Sou qual fumaça e me espalho<br />
Não sou amor convidado<br />
<br />
Vem deitar o amor aqui na cama, que tem febre<br />
As paredes falam, clamam<br />
Por mim, eterna anfitriã<br />
<br />
Por nós que deixamos abertas<br />
As portas pra vida impossível<br />
<br />
Por ti que acolhe a história minha<br />
E agora prosa em novos álbuns<br />
<br />
Forças que beiram o fim, a loucura...<br />
Te empurraram ao meu mundo!<br />
Universo, luz, estrelas<br />
Trazem augúrios da busca infinita.<br />
<br />
Vem viajar nas vertigens do Ser<br />
Cancele aquele dia tolo!<br />
Eu te amo! Vem bastar<br />
Fazer meu mundo ser o seu!<br />
Anfitriã, do seu mundo me alago.<br />
Como eu o amei! Como eu o amei!Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-14298956438277680272013-10-29T23:45:00.000-02:002013-10-29T23:45:01.947-02:00Soneto sincopado de quem ama e é amadoTe entrego minha alma,<br />
toda a flora de desejos.<br />
Um arpejo te devora.<br />
Brilha, a estrela d'alva.<br />
<br />
Você tem a luz.<br />
Sinto, cego, o seu calor.<br />
Grande amor, atrás do véu,<br />
vejo: me conduz.<br />
<br />
Minha felicidade muda,<br />
agora abriga a sua.<br />
A paixão é um nevoeiro.<br />
<br />
De ouro tu me faz ser herdeiro.<br />
Festejo em plena rua!<br />
És porta à casa de um Buda.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-75249752415252173212013-10-29T23:40:00.000-02:002013-10-29T23:40:02.101-02:00Sobre quem não sabe ser amadoVocê vem e<br />
Eu me afasto<br />
<br />
O jogo do amor de Eros<br />
É um jogo de ganhar e de perder<br />
<br />
Você me traz luz<br />
Só devolvo escuridão<br />
<br />
Que bondade viciada!<br />
O Mal permeia a natureza inteira!<br />
Ou será mesmo desumano, aquele que<br />
Se desconforta com a ternura?<br />
<br />
Você me convidou ao seu paraíso<br />
Vim, vi, venci e fui<br />
<br />
Não é mentira... não é desumano.<br />
Temos um fascínio por destruir.<br />
Saber amar é ganhar, é iluminação.<br />
Perde quem se perde a pisar as flores<br />
Nos passos da dança da depressão.<br />
<br />
Você me ama<br />
Mas quem sou eu?<br />
<br />
Você me ama<br />
Quem sou eu, seu eleito?<br />
<br />
Você me ama<br />
E eu não sei o que é amar<br />
<br />
Você me ama<br />
E precisa ter paciência comigo!<br />
<br />
Você me ama<br />
Sou selvagem e tenho sede de ferir<br />
<br />
Você me ama<br />
E eu quero aprender a viver<br />
<br />
Você me ama<br />
E eu nem amar a vida sei, ainda<br />
<br />
Assim,<br />
Você vem e<br />
Eu me afastoDionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-44957549567247041722013-10-08T22:59:00.002-03:002013-10-08T22:59:46.200-03:00ParPérgolas em parafuso!<br />
Vinhos visam vossa voz.<br />
<br />
Partimos para conquistar,<br />
outorgar, atroz, à nação,<br />
alçando ao mastro da bandeira,<br />
violenta segregação,<br />
<br />
e implodir a torre!<br />
<br />
No último andar,<br />
há rainhas se despindo<br />
dos espinhos, das coroas,<br />
aturdindo brisas tolas<br />
<br />
com o perfume secular!<br />
<br />
Atire-se à vertigem<br />
e as brisas dar-te-ão asas!<br />
<br />
Não há paz no alto do castelo.<br />
Nosso lugar é o confronto.<br />
Pois encontrar é um eterno pôr-se a buscar.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-88586601361572883212013-09-29T14:58:00.003-03:002013-10-01T00:41:35.133-03:00Manhã de praia fora da moda carioca<div style="text-align: justify;">
É domingo e chove. É algo injusto, pois deveria chover mesmo é nos dias úteis. Assim, os trens lotados não ficariam tão quentes com seus passageiros ardentes pela vontade de trabalhar, vontade que tem seu auge na segunda-feira. Nos fins de semana, os trens não ficam lotados e a chuva esfria mais a paisagem neutra do cinza urbano. Na verdade, podem até ficar lotados, mas é preciso que haja um evento importante na cidade, como uma partida de futebol.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje de manhã não tem jogo nenhum, pois eles sempre começam à tarde, sempre em horários padronizados tais quais as vidas das pessoas por aqui. Algumas pessoas, quando têm dinheiro para algo diferente, saem desse padrão, o que não quer dizer que não se deparem com eventos importantes também. Nesta manhã, aqueles que vieram à praia podem estar presenciando um evento distinto, assim como podem não estar. Afinal (passando a bomba para Saint-Exupéry), o essencial é invisível aos olhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um desses possíveis eventos distintos trata de uma mulher que decidiu se banhar logo hoje: um domingo com chuva. Enquanto se deixava apenas com a roupa de banho, os transeuntes podiam admirar sua beleza. Estava muito bem dentro do padrão! Alguém mais excêntrico poderia até reclamar de uma ou outra coisinha. Nas ondas, mergulhou e nadou como uma sereia! Poderia ser uma Iemanjá, também. Tudo depende dos olhos de quem vê. Os mais poéticos poderiam dizer que ela velejava ao sabor de um vento delicioso, mas que, comigo, só está tentando zunir os papéis que rabisco agora pra longe. Qualquer afirmação estaria compenetrada em subjetividade. Mas, de fato, para um punhado de cariocas, aqueles que se amantam da cor da paz, "Iemanjá" diz muito mais do que "sereia".</div>
<div style="text-align: justify;">
Com qual adjetivo fulano lhe condecoraria não importa. Mais importante é ver o quanto as pessoas gostam de julgar aquele e qualquer outro acontecimento natural, e julgam mesmo até as coisas mais artificiais. Falando agora de brasileiros, pois não apenas os cariocas gostam de assistir a novelas, julga-se muito os atores e atrizes pelos papéis que desempenham com suas personagens. Será impossível encarar Renata Sorrah sem enxergar a face da vilã Nazaré Tedesco? Será que a maioria dos homens se deslumbra com o corpo escultural de nossa banhista sem achar rapidamente a mulher dos sonhos naquelas curvas?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ah! Que mente arredia, essa que insiste em colorir o preto e branco do mundo a seu modo! Ainda não aprendeu que o branco já é a fusão de todas as cores? Todos sabem que aquela mulher é um momento ímpar do universo, uma pessoa naturalmente diferente, assim como todos no mundo são diferentes entre si. Entretanto, anseiam por puni-la com seus próprios desejos e estórias a cada instante de seus olhares. Bem, sejamos também um ombro amigo. Talvez o façam por não terem coisa melhor para pensar. Se bem que, se apagássemos todos os valores dos evangelhos sociais, não sobraria uma ideia melhor que todas as outras. Nem a ideia de Beleza, de Vida, de Amor, de Fé, de Igualdade, de Felicidade, de Infinito, de Mal.</div>
<div style="text-align: justify;">
A gaivota que sobrevoa os céus e pressente perfeitamente as divisas entre terra e mar tem a plena liberdade para escolher o horizonte ao qual se lançará. Acredito que sempre preferem se manter próximas às praias e isso deve ser devido à ecologia regente. Da mesma forma, a estadia e partida das pessoas é determinada por alguma ecologia. Capitalista, no caso de todo o ocidente. Esqueça-a e verá as pessoas se perdendo em meio ao sonho da liberdade. Apenas os mais destemidos continuarão conseguindo pegar o mesmo trem em todas as segundas-feiras, mas não sem que o desassossego primordial do existir esteja, então, em efervescência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Agora a mulher quer, simplesmente quer, ficar deitada na praia e absorver o ar úmido e agradável que repousa após a garoa. A mansidão e leveza de seus movimentos poderia enganar toda a Av. Atlântica, não fosse o fato de a inquietude ser um sentimento compartilhado por todos. Saindo das águas, cada passo da sereia já ia cumprindo com zelo sua vontade de se debruçar sobre o fofo continental das areias. Veja! Não é claro que as pessoas nos trens de todos os dias estão fazendo o que querem todo o tempo, como ela? Elas escolheram cumprir a ecologia do capital. Sabem que podem virar a esquina a qualquer momento, mas o preço da autonomia seria uma duríssima tomada de responsabilidade pelos próprios atos. Se lhes perguntar, jogarão a culpa de ter de trabalhar para o dinheiro, o que é uma mentira, afinal só trabalham porque querem, em última instância. No entanto, querendo ou não, o ter-de-escolher é uma operação incessante e seria aconselhável que os passageiros tomassem consciência desse processo substancial. Assim, a todo instante, tanto os passageiros dos trens, quanto os dos ônibus, metrôs e barcas, tanto quanto a mulher na praia, respiram e navegam sem mapa e sinalização pelas estradas. Mas... de qualquer forma, assim seria mesmo que tivessem consciência do ato da escolha. Mesmo sendo livres.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aspiro, logo existo! Levantou-se do mar, ascendeu de volta à terra e se deitou. Por quê? De pé, aspirava ao conforto de sentir as costas na areia. Por não ser a areia, por não ser a chuva, por não ser igual às coisas do mundo, precisa se movimentar para ter e concretizar seus ideais. Da terra ao mar, do mar à terra... seja qual for a direção e o sentido, todo andar é precedido por um volo original. <i>"O mundo é minha casa, onde aspiro a uma pátria melhor"</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Saindo da praia, ruma a mensageira de desilusões para algum lugar. Sua casa, talvez. És bela e divina, mas és mais uma a olhar para o mundo com olhos enjaulados em subjetividade. Aperte firme seu cinto de segurança e vá com fé para onde qualquer uma das ecologias te levar! A chuva já estiou pelos bueiros da cidade. Mover-se e desejar algo é a única forma de evitar que seu destino seja o mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os trens, as barcas, os noveleiros, os mais poéticos... os trens circulam pela cidade nos trilhos do vórtice de perdições que é o lado escuro da liberdade. É fundamental estar insatisfeito e incompleto para que a indeterminação não seja absoluta, para que sempre amanheça um novo segundo. Exigência da casa. A natureza nos concebe em seu berço e rapidamente nos chuta porta afora. Àquele que se inunda de silêncio e plenitude é reservado o pior dos fins. Pois <i>"o mundo é lar, mas também inóspito"</i>.</div>
Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-3995286766449708682013-08-12T14:06:00.000-03:002013-08-12T14:06:00.164-03:00Ritual de Áries e Leão<i>Os arianos devem saber o que fazer.</i><br />
<i>Dedico, então, a leões generosos demais.</i><br />
<br />
Partem o chão,<br />
os legionários.<br />
Rumo à arena!<br />
Rompem trovões!<br />
<br />
Na praça, uma guerra,<br />
o fim de um reinado,<br />
queimando, raiando<br />
a luz da Justiça.<br />
<br />
Corram já,<br />
Salamandras!<br />
Façam o fogo rugir!<br />
Arruínem,<br />
Salamandras!<br />
Façam fumaça subir!<br />
Torrem o que jaz em caos!Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-36119110184709789132012-12-29T14:58:00.002-02:002012-12-30T18:29:19.091-02:00Esboço à moda existencialista do caos e da historicidade de uma decisãoVocê já se sentiu conectado ao mundo? Já imaginou a imensidão de consequências deflagrada por cada ato seu?<br />
<br />
Então imagine. Imagine quantos versos não seriam criados se você não existisse. Imagine quantas alegrias e tristezas não seriam respiradas se você não aspirasse vida! Imagine o quanto o mundo seria caótico - ou ordenado - se você não o transformasse a todo "agora"!<br />
<br />
E, então, nos deparamos com esse problema: a metamorfose do espaço e do tempo conforme a metamorfose de seu ser. Entenda que, para haver uma transmutação, é necessário que sua consciência esteja inerte na corrente temporal universal. Quem está congelado nas memórias do inverno não percebe as novas flores da primavera. Porém, se você se deixa polinizar, você se torna também um agente polinizador! Essa retro-atividade é incompreensível... ou melhor... compreensível é, embora complexa.<br />
<br />
Primeiramente, por que você resolveu lançar uma pipa aos céus? Será que você quis, ou será que a vontade ou atitude de outrem arrebatou sua família e amigos de tal forma que a pipa tornou-se a coisa mais importante de todos os futuros e pretéritos.. naquele instante? Por que a invenção da pipa originou um mar de possibilidades, e por que sua não-invenção teria originado um mar de outras possibilidades tão grande quanto? Transformam-se, no instante do voo da pipa, passado, presente e futuro. Um passado repredestinado, um presente caótico e volúvel, e um futuro livremente arbitrável que vai se concretizando a cada "agora". Tudo modificado por sua própria e tão comum consciência e por seus tão comuns atos conscientes.<br />
<br />
O Universo é energia*. Você é energia. Essas palavras mal-tratadas são energia. Você está conectado a todo instante e de todas as formas possíveis a tudo. Você é a influência prima da natureza, e, a todo momento, sua natureza e a natureza do Universo se tornam unas, através da interação dessas formas de energia! E através dessa e de outras complexas e amarradas maneiras, o ser humano influencia o seu mundo tanto quanto, por ele, é influenciado.<br />
<br />
<br />
*energia: não confundir com a energia que as ciências positivas concebem em seus modelos científicosDionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-30771043921832262152012-09-22T03:13:00.000-03:002016-12-15T09:08:11.655-02:00Etérea AdmiraçãoNaquela tarde,<br />
todas as suas paisagens<br />
estavam ensolaradas.<br />
<br />
Peregrinei pelos campos,<br />
tendo me perdido<br />
por tacar fora a bússola.<br />
<br />
Delirante!<br />
Valseamos<br />
com a Lua e as estrelas.<br />
<br />
Seu redemoinho<br />
nos dilacerou<br />
em infindáveis noites submarinas.<br />
<br />
Por favor, Deusa das Tempestades,<br />
agora remonta meu corpo de ilusões!Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-66958226919325408562012-07-22T23:25:00.002-03:002012-07-23T00:06:47.456-03:00O Bardo e a SereiaNas ondas de muitos séculos atrás,<br />
certo bardo fazia sua primeira viagem<br />
rumo a descobertas nos mares gregos.<br />
<br />
A tripulação era conhecedora dos perigos,<br />
mas os bravos marujos acreditavam<br />
que Poseidon acalmaria as tormentas.<br />
<br />
Levavam o barco pelas velas, os vendavais.<br />
Maresias de novas ilhas eram aguardadas.<br />
<br />
Carregavam, os marujos, o possível adeus<br />
em seus corações temerosos.<br />
<br />
Grande compositor, o bardo ainda buscava <br />
descobrir com que luz preencheria<br />
as últimas sombras do dia, em sua lira.<br />
<br />
Talvez a viagem, enfim,<br />
o livrasse das aflições de uma vida<br />
sem razão – perdida em tempo e espaço,<br />
enjaulada nas teias do dia-a-dia.<br />
<br />
<br />
<br />
Em mares vindouros, as sereias aguardavam<br />
novos homens que pudessem devorar.<br />
<br />
Não há como não se atrair, tamanha é<br />
a Beleza, que até ofendeu a Afrodite,<br />
tamanho é o perfume do Lótus.<br />
<br />
Longe da luz do Sol, sereias também<br />
se afogam na solidão do oceano, todavia.<br />
Amaldiçoadas por Afrodite...<br />
<br />
Seus cânticos soam melodias de amor,<br />
mas tal ideal só materializa destruição.<br />
<br />
No dia fatídico, os marinheiros se lançaram<br />
para os mares, buscando, desesperados,<br />
pelas vozes lindas e abissais.<br />
<br />
O bardo, entretanto, também era mestre<br />
da arte musical, conseguindo resistir<br />
aos cantos deslumbrantes.<br />
<br />
Certa sereia mostrou-se em som e imagem.<br />
Encantada pela lira, subiu para a claridade.<br />
<br />
Encantado por sua Beleza, adentrou,<br />
o bardo, na rápida primavera de sua vida.<br />
<br />
E, pela primeira vez, a sereia<br />
não quis matar com sua paixão.<br />
<br />
Sem poder tocá-lo, atirou-se<br />
de volta para os mares profundos<br />
onde expiaria sua dor pela eternidade.<br />
<br />
Nunca mais levaria pobres espíritos<br />
para o leito dos oceanos.<br />
Aguardaria que as ondas, lentamente,<br />
dissolvessem sua alma nos sais do mar.<br />
<br />
Chocado pela Beleza violenta,<br />
esperaria, o bardo, que os ventos fizessem<br />
sua triste lira ser ouvida nos mares gregos,<br />
para dizê-la que ele preferia<br />
ter morrido em seus braços.<br />
<br />
Descobriu, por fim, que era a luz do dia<br />
quem precisava se preencher de sombras.<br />
Pois o sentido de sua vida era a saudade.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-23789186118919959892012-05-26T01:39:00.001-03:002012-05-26T01:39:44.365-03:00Beleza, ó maldição incompreendida!Beleza, ó maldição incompreendida!<br />
A singela tragédia bem-vista.<br />
A luz solar dilacerando a visão.<br />
O majestoso olho do furacão.<br />
<br />
Beleza: o cataclismo mais querido!<br />
Irmã da guerra, destruição e criação.<br />
Fidelidade e traição.<br />
<br />
Beleza: o defeito mais procurado!<br />
Tem o inalcançável à mão.<br />
Submete o forte pela sedução.<br />
O fraco já não tinha chance mesmo...<br />
<br />
Mas os já belos reconhecem a verdadeira cruz.<br />
<br />
O real portador da treva<br />
é celestialmente infeliz.<br />
Estrelas curvadas a seus pés<br />
tornam-no rei de universo vazio.<br />
Pois o sentido do mundo<br />
e todas as palavras proferidas<br />
e todas as palavras imaginadas<br />
se esgotam na pura contemplação.<br />
<br />
O real portador da maldição<br />
desconhece a sincera boa-vontade.<br />
Nenhuma conversa, e nenhuma<br />
palavra amiga é a ele endereçada.<br />
Pois todos só dialogam<br />
para ouvir a voz da Beleza<br />
e todos rastejam à surreal aparência<br />
e todos perseguem os passos luminosos<br />
que, no entanto,<br />
são a superfície densa<br />
da intocável identidade.<br />
<br />
Face à multidão apaixonada,<br />
o belo respira solidão.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-69210531909446267322011-12-14T00:02:00.005-02:002011-12-30T13:36:46.286-02:00Soneto à Bondade da Lua<em>A bela flor do monte </em><br />
<em>o</em><em>fusca a noite escura.*</em><br />
Resplandesce, angélica, diante<br />
da treva e de suas brumas.<br />
<br />
O som de tensão é a vestal<br />
para o lento dissipar da nuvem.<br />
No negro profundo e virgem<br />
desperta um farol ancestral.<br />
<br />
Sobre um vale de sombras e lamentos,<br />
erguem-se astros livres dos tormentos<br />
que floresceram em nosso passado.<br />
<br />
E o contemplar da imagem violenta<br />
reverbera, cura a alma pestilenta.<br />
Seu facho é, enfim, resgatado.<br />
<br />
--------------------------------------------------------<br />
<br />
* Versos de <em>Jesus</em>, do grupo musical <em>Vozes e Acordes</em>.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-8381192378714424032011-11-21T01:12:00.000-02:002011-11-21T01:12:34.130-02:00Corredor da MorteTem uma estrada longa.<br />
Tão longa! Nem vejo o fim...<br />
Ah, que adiantaria?<br />
O real nunca é tão belo,<br />
e o além me instiga o faro. <br />
<br />
Então, por ela, caminharei!<br />
Do mundo, à tangente chegarei!<br />
Alcançar o limiar da Terra plana?<br />
Claro! Nele, vou me pendurar!<br />
<br />
<br />
E inicio o caminhar até a ponta,<br />
a aventura que ferve em mim.<br />
Já ouço a voz da euforia!<br />
Eu sempre quis o futuro sincero<br />
que a vida só fazia tornar raro.<br />
<br />
Passam paisagens.<br />
Mortes verdes, pássados amarelos,<br />
traichoeiras límpidas e véus azuis intermináveis.<br />
<br />
E, nas celas, pessoas e ratos,<br />
em luta pelos últimos grãos<br />
de dignidade.<br />
<br />
Já vejo a saída da caverna!<br />
A luz difusa me aguardava.<br />
Desde o sempre, conhecia,<br />
da vida bandida, o desfecho. <br />
<br />
Assim que eu estiver no desfiladeiro,<br />
meu grito ecoará nos sete mares.<br />
E um raio muito intenso, ao me romper,<br />
libertará minha pobre alma pra voar.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-23510148177901205612011-09-22T22:22:00.003-03:002011-09-22T22:22:54.981-03:00Verdadeira saúde não é se prevenir da doença, é a doença se prevenir da gente!Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-63412949390586965042011-08-21T22:24:00.002-03:002016-12-15T07:57:22.746-02:00AeonsVai contar para o Paulinho<br />
que eu vou lá pra madrugada<br />
acender uma fogueira<br />
e iluminar a encruzilhada.<br />
<br />
Ah! Que solidão!<br />
Sombras do nosso verão...<br />
<br />
A tocha da juventude se avoluma em ti!Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-88403390255855863082011-08-01T22:38:00.000-03:002011-08-01T22:38:53.510-03:00O Mal II- Ei, colega, conta aí como você veio parar nesse lugar aqui!<br />
<br />
- Um cara me empurrou lá na pista de dança, tá ligado... Aí também eu saí rebocando ele e só parei quando fulminei o maluco. Aí pô homicídio, né? Tô aqui agora, parcero. Que merda cara... ah... pô tô lembrando quando eu era criança, que os outros garotos quando tentavam me bater minha mãe entrava sempre no meio e sapecava eles. Ela é foda! Ela sempre me garantiu, mané! Pô eu me amarro nela, acho que ela gosta de mim pra cacete. Mas agora num adianta nada. Preso aqui, amor não serve pra nada.<br />
<br />
- Você, na verdade, entrou na prisão desde quando sua mãe resolveu te defender de tudo, seu pit-boyzinho de merda. Se tentavam te bater é porque tu vacilava com eles, mermão. Esse amor de mãe é que fez tu achar que ia sair impune de qualquer coisa. Quando tu rebocou o cara, foi com suas mãos, mas quem dava os impulsos aos teus braços foi o amor da tua mãe. Quem te prendeu foi ela. Você já tava encarcerado. A vida só tava esperando tu cair numa cela de verdade, pra ver se ajeitava a cabeça da tua família.<br />
<br />
- Porra, cumpade... nem imagino o quê que tu fumou pra tá aqui hein.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-72525697289482449022011-07-23T01:47:00.000-03:002011-07-23T01:47:40.949-03:00O Mal I- Judeu, mas que coragem! Você tinha muita esperança em conseguir se safar?<br />
<br />
- Eu a vomitei antes que ela me sufocasse ou fuzilasse. Expelir o peso da espera pelo milagre foi o que me deixou leve para correr e fugir dos alemães.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-83988455835578982952011-07-15T01:50:00.001-03:002011-07-15T10:34:32.354-03:00Uma balada na História<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><u><b><span style="font-size: large;">Prélude et Presto</span></b></u></div><br />
Ante o alvorecer da Renascença, vivia, nas terras sicilianas, um bardo. Sob a face do bardo, habitava uma criatura estranha, tão poderosa quanto suas trovas. O bardo insistia em se angustiar e se castigar, ao não revelar seu demônio à realidade comum. E se, um dia, ele fosse devorado vivo? E se fosse, este demônio, a tão buscada inspiração a preencher eternamente as lacunas de seus versos?<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/VXUxD-Z7w18" width="250"></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b><u><span style="font-size: large;">Allemande</span></u></b></div><br />
Trabalhando a loucura da alma do bardo, os laços e os traços da dor se evaporam. Quando ele e o alaúde se casam nas nuvens de Lá, se emancipa todo crime e aleivosia das terras de cá.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/BGMVSfrnE7E" width="250"></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><u><b>Courante</b></u></span></div><br />
Mas ele estava perturbado. Não era ele, verdadeiramente, a se manifestar. Glória e fama empurravam seu ânimo, aproximando-o da tentação de sentir-se uma suposta deidade da arte. Não obstante seu grande reconhecimento, sua voz começava a sentir a fraqueza da alma, que já não encontrava inspiração no Belo exterior. Os astros, que sempre lhe confiaram rimas arrebatadoras, se esconderam sobre nuvens invisíveis, e já nem, sequer, elucidavam o bardo sobre os rios do destino.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/QJhSlQXJBD8" width="250"></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><u><b>Sarabande</b></u></span></div><br />
A longo passo, este bardo desapareceu da vastidão dos horizontes, lentamente cedendo espaço à sua face outrora renegada. Sua vida tornou-se o início de uma missa, onde os probres seres afligidos e parcamente esperançosos velam, unicamente, por não perder a sanidade. Ainda assim, o bardo sabia que havia algo suspenso no ar, e esta eslúvia sensação era o único bem que ele tentava agarrar e possuir.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/9Qm3-4qcOrE" width="250"></iframe><br />
<br />
<br />
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<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><u><b>Gavotte I et II</b></u></span></div><br />
Sua vida tornou-se o fim da missa. Agitada. Fervente. Tinha rastros lacônicos do Toque dos céus, que se assomavam numa arte tão valente, vibrante, violenta, que poderia violar o mundo num vira-mundo. O tridente do demônio se revelou: era uma espada luminosa. Então trovejou sua voz e suas cantorias por todos os campos, praias, castelos e bastilhas, ao ponto de inspirar a nova geração, junto a outros bardos tais quais ele, a escalar os próximos degraus rumo às distantes esferas celestes da Sabedoria.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/_rTnFxPJODc" width="250"></iframe><br />
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<br />
<br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><u><b>Gigue</b></u></span></div><br />
<div class="MsoNormal">E se abriram os portões dos jardins do Novo Mundo! As novas terras e mares de encantos e desastres desafiavam os limites da antiga <i>λογοσ</i>* que insurgia ao horizonte. E um espectro, um espectro instigante e diabólico, passou a rondar as terras européias, o espectro de que a Verdade era próxima. Mal sabiam os ascendentes heróis que o caminho ao Renascimento real seria muito mais longo! Muito mais assustador! Entretanto, o mero caminhar em Sua direção já revela milagres além da órbita da humanidade. Milagres que fizeram os astros girarem novamente em torno do Sol, o mesmo Sol que já se ouvia nos versos do bardo e que brilhava nas frases do alaúde. E foi este singelo bardo, antes atrativo regional, que, em seu despertar pessoal, adquiriu importância milenar e abrasou os corações do ser humano, tornando os panoramas, doravante, abertos.</div><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="5" height="200" src="http://www.youtube.com/embed/3LOS4ZJJjPM" width="250"></iframe><br />
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<br />
*<i>Logos</i>: razão, capacidade que difere o ser humano dos outros animaisDionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-54749696149861085912011-07-13T00:31:00.000-03:002011-07-13T00:31:58.369-03:00Se o rio precisa do mar,<br />
para que descer a montanha?<br />
Se a façanha da água é o encontro,<br />
só em um ponto vai desembocar?<br />
<br />
Para que o eterno ciclo de busca e (des)encontro?<br />
<br />
Para que o obstáculo, se a união é inevitável?<br />
<br />
Para que a tortura, se a morte é inevitável?<br />
<br />
Para que o casamento, se o amor não vai ter fim?Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-91461107448762263472011-06-17T10:32:00.001-03:002011-07-07T23:35:31.772-03:00Apenas CastelosCastelos nas correntezas do tempo<br />
Castelos insolúveis nas tempestades<br />
Castelos nas profundezas dos vales<br />
Castelos nos penhascos imponentes<br />
<br />
Castelos de sangue, morte e Cruzadas<br />
rubros horrores nas rochas rajadas<br />
tem um quê de intocável<br />
tem um quê de diabólico<br />
<br />
E quanto mais o tempo passa<br />
mais silenciosos ficam<br />
os sussurros dos corredores<br />
os passados das torres<br />
<br />
Nós definhamos, Eles não<br />
Tem algum tipo de divindade<br />
tem um quê de cálido<br />
tem um quê de austero<br />
Tem um Mistério inerteDionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-73573722031118222922011-06-01T14:32:00.000-03:002011-06-01T14:32:20.118-03:00SonoUma imagem começando a se formar:<br />
nos recepcionam, as portas do Surreal!<br />
A realidade - uma ilhota em alto-mar,<br />
e a mente efervescendo no céu atemporal.<br />
<br />
Sem igual, mergulhar nas fantasias!<br />
Suspirar o incenso do ar feiticeiro!<br />
<br />
No eslúvio ritual,<br />
eis a sua transfigura<br />
num espelho transcendental.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-91710654846683506492011-05-18T01:08:00.001-03:002011-05-18T01:09:10.386-03:00<a href="http://www.4shared.com/audio/uSbNndSQ/BWV_999_-_Preldio_em_Dm_-_J_S_.html">BWV 999: Prelúdio em Dm - J. S. Bach</a>Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-39115271594282756662011-05-10T13:51:00.000-03:002011-05-10T23:40:31.055-03:00Cárcere Das AlmasAh! Toda a alma num cárcere anda presa, <br />
Soluçando nas trevas, entre as grades <br />
Do calabouço olhando imensidades,<br />
Mares, estrelas, tardes, natureza.<br />
<br />
Tudo se veste de uma igual grandeza <br />
Quando a alma entre grilhões as liberdades <br />
Sonha e, sonhando, as imortalidades <br />
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.<br />
<br />
Ó almas presas, mudas e fechadas <br />
Nas prisões colossais e abandonadas, <br />
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!<br />
<br />
Nesses silêncios solitários, graves, <br />
que chaveiro do Céu possui as chaves<br />
para abrir-vos as portas do Mistério?!<br />
<br />
(Cruz e Sousa)Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-29227135275224142142011-04-21T02:25:00.000-03:002011-04-21T11:34:45.965-03:00Sopro da RevelaçãoVentos das arábias,<br />
o que trazem para mim?<br />
Serão os anúncios, enfim,<br />
de que já se acabou esta era,<br />
era de falácias?<br />
<br />
Ventos das montanhas,<br />
sibilem nestes ouvidos milenares,<br />
que almejam o fim dos humanos pesares,<br />
sobre a chegada da promessa<br />
do mundo da boa-aventurança.<br />
<br />
Ventos do sub-mundo escondido<br />
sob o manto da consciência,<br />
façam-me a Revelação autêntica<br />
da vida que há num horizonte perdido.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_onnq5SFbI2I/TS-F_YChFrI/AAAAAAAABUs/phfDwkHAUKU/s1600/vento.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="3" height="293" src="http://4.bp.blogspot.com/_onnq5SFbI2I/TS-F_YChFrI/AAAAAAAABUs/phfDwkHAUKU/s400/vento.jpg" style="background-color: #8e7cc3; color: #cccccc;" width="400" /></a></div>Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2780519320760995098.post-36254307759020790812011-04-11T02:00:00.000-03:002011-04-21T01:51:54.917-03:00Ágape da TerraSou uma parte da onda.<br />
Minhas nadadeiras são as brisas.<br />
Céu cristalino e mares tão azuis-escuros...<br />
espectadores onipresentes da jornada sem fim<br />
à alma do mundo.<br />
<br />
Deus, onde estará minha morada?<br />
"Não se esconde atrás daquela cascata,<br />
nem sob os lençóis da areia calma.<br />
Seu destino é o alto-mar".<br />
<br />
E minha jangada sem fim<br />
se lançou aos sete mares.<br />
E foi em pleno Nada,<br />
um ponto perdido nos horizontes,<br />
que senti o Tudo da mãe Terra.<br />
<br />
Em seu berço marítimo,<br />
tornei-me uno a seu amor,<br />
um amor tão azul e tão capaz<br />
de abarcar o mundo inteiro num azul sem fim.Dionísio, o Bardohttp://www.blogger.com/profile/00790222536731438819noreply@blogger.com3