domingo, 14 de março de 2010

Rezando pelas sombras

Eu já vivi dias felizes.
O tempo que duraram foi infinito,
mas ele também passa rápido.
Tão rápido...

Todas as eras cabem dentro desse ano,
mas esse ano durou pra mim o mesmo que um dia.
O que eu orei desde então
plasmou-se em minha vida.

Meus sonhos,
meus ideais,
foram pra longe,
não os posso alcançar.

Fora da sanidade,
pensei que estava rezando
pelo meu próprio bem,
mas descobri que rezava...

Pelas Sombras!
Ergui um templo pra saudade.
Pelas Sombras!
Passei a me abrigar, sem saber,
sob a capa do supremo caçador.

Um santuário de areia
se ergue para um deus feito de vidro.
Uma missa se celebra pra um amor
platônico...

- Não se entregue, desgraçado, perante a dor!
Vai além e mostra a todos seu esplendor!
Não reze com tanto ardor,
tiras da vida o próprio sabor!

E agora,
procura
o seu destino!
Ele nunca esteve por lá...

Fora da sanidade,
pensei que estava rezando
pelo meu próprio bem,
mas descobri que rezava...

Pelas Sombras!
Ergui um templo pra saudade.
Pelas Sombras!
Passei a me abrigar, sem saber,
sob a foice do supremo caçador.


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Rezando Pelas Sombras by Richard Martin Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Brasil License.
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