Naquela tarde,
todas as suas paisagens
estavam ensolaradas.
Peregrinei pelos campos,
tendo me perdido
por tacar fora a bússola.
Delirante!
Valseamos
com a Lua e as estrelas.
Seu redemoinho
nos dilacerou
em infindáveis noites submarinas.
Por favor, Deusa das Tempestades,
agora remonta meu corpo de ilusões!
sábado, 22 de setembro de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
O Bardo e a Sereia
Nas ondas de muitos séculos atrás,
certo bardo fazia sua primeira viagem
rumo a descobertas nos mares gregos.
A tripulação era conhecedora dos perigos,
mas os bravos marujos acreditavam
que Poseidon acalmaria as tormentas.
Levavam o barco pelas velas, os vendavais.
Maresias de novas ilhas eram aguardadas.
Carregavam, os marujos, o possível adeus
em seus corações temerosos.
Grande compositor, o bardo ainda buscava
descobrir com que luz preencheria
as últimas sombras do dia, em sua lira.
Talvez a viagem, enfim,
o livrasse das aflições de uma vida
sem razão – perdida em tempo e espaço,
enjaulada nas teias do dia-a-dia.
Em mares vindouros, as sereias aguardavam
novos homens que pudessem devorar.
Não há como não se atrair, tamanha é
a Beleza, que até ofendeu a Afrodite,
tamanho é o perfume do Lótus.
Longe da luz do Sol, sereias também
se afogam na solidão do oceano, todavia.
Amaldiçoadas por Afrodite...
Seus cânticos soam melodias de amor,
mas tal ideal só materializa destruição.
No dia fatídico, os marinheiros se lançaram
para os mares, buscando, desesperados,
pelas vozes lindas e abissais.
O bardo, entretanto, também era mestre
da arte musical, conseguindo resistir
aos cantos deslumbrantes.
Certa sereia mostrou-se em som e imagem.
Encantada pela lira, subiu para a claridade.
Encantado por sua Beleza, adentrou,
o bardo, na rápida primavera de sua vida.
E, pela primeira vez, a sereia
não quis matar com sua paixão.
Sem poder tocá-lo, atirou-se
de volta para os mares profundos
onde expiaria sua dor pela eternidade.
Nunca mais levaria pobres espíritos
para o leito dos oceanos.
Aguardaria que as ondas, lentamente,
dissolvessem sua alma nos sais do mar.
Chocado pela Beleza violenta,
esperaria, o bardo, que os ventos fizessem
sua triste lira ser ouvida nos mares gregos,
para dizê-la que ele preferia
ter morrido em seus braços.
Descobriu, por fim, que era a luz do dia
quem precisava se preencher de sombras.
Pois o sentido de sua vida era a saudade.
certo bardo fazia sua primeira viagem
rumo a descobertas nos mares gregos.
A tripulação era conhecedora dos perigos,
mas os bravos marujos acreditavam
que Poseidon acalmaria as tormentas.
Levavam o barco pelas velas, os vendavais.
Maresias de novas ilhas eram aguardadas.
Carregavam, os marujos, o possível adeus
em seus corações temerosos.
Grande compositor, o bardo ainda buscava
descobrir com que luz preencheria
as últimas sombras do dia, em sua lira.
Talvez a viagem, enfim,
o livrasse das aflições de uma vida
sem razão – perdida em tempo e espaço,
enjaulada nas teias do dia-a-dia.
Em mares vindouros, as sereias aguardavam
novos homens que pudessem devorar.
Não há como não se atrair, tamanha é
a Beleza, que até ofendeu a Afrodite,
tamanho é o perfume do Lótus.
Longe da luz do Sol, sereias também
se afogam na solidão do oceano, todavia.
Amaldiçoadas por Afrodite...
Seus cânticos soam melodias de amor,
mas tal ideal só materializa destruição.
No dia fatídico, os marinheiros se lançaram
para os mares, buscando, desesperados,
pelas vozes lindas e abissais.
O bardo, entretanto, também era mestre
da arte musical, conseguindo resistir
aos cantos deslumbrantes.
Certa sereia mostrou-se em som e imagem.
Encantada pela lira, subiu para a claridade.
Encantado por sua Beleza, adentrou,
o bardo, na rápida primavera de sua vida.
E, pela primeira vez, a sereia
não quis matar com sua paixão.
Sem poder tocá-lo, atirou-se
de volta para os mares profundos
onde expiaria sua dor pela eternidade.
Nunca mais levaria pobres espíritos
para o leito dos oceanos.
Aguardaria que as ondas, lentamente,
dissolvessem sua alma nos sais do mar.
Chocado pela Beleza violenta,
esperaria, o bardo, que os ventos fizessem
sua triste lira ser ouvida nos mares gregos,
para dizê-la que ele preferia
ter morrido em seus braços.
Descobriu, por fim, que era a luz do dia
quem precisava se preencher de sombras.
Pois o sentido de sua vida era a saudade.
sábado, 26 de maio de 2012
Beleza, ó maldição incompreendida!
Beleza, ó maldição incompreendida!
A singela tragédia bem-vista.
A luz solar dilacerando a visão.
O majestoso olho do furacão.
Beleza: o cataclismo mais querido!
Irmã da guerra, destruição e criação.
Fidelidade e traição.
Beleza: o defeito mais procurado!
Tem o inalcançável à mão.
Submete o forte pela sedução.
O fraco já não tinha chance mesmo...
Mas os já belos reconhecem a verdadeira cruz.
O real portador da treva
é celestialmente infeliz.
Estrelas curvadas a seus pés
tornam-no rei de universo vazio.
Pois o sentido do mundo
e todas as palavras proferidas
e todas as palavras imaginadas
se esgotam na pura contemplação.
O real portador da maldição
desconhece a sincera boa-vontade.
Nenhuma conversa, e nenhuma
palavra amiga é a ele endereçada.
Pois todos só dialogam
para ouvir a voz da Beleza
e todos rastejam à surreal aparência
e todos perseguem os passos luminosos
que, no entanto,
são a superfície densa
da intocável identidade.
Face à multidão apaixonada,
o belo respira solidão.
A singela tragédia bem-vista.
A luz solar dilacerando a visão.
O majestoso olho do furacão.
Beleza: o cataclismo mais querido!
Irmã da guerra, destruição e criação.
Fidelidade e traição.
Beleza: o defeito mais procurado!
Tem o inalcançável à mão.
Submete o forte pela sedução.
O fraco já não tinha chance mesmo...
Mas os já belos reconhecem a verdadeira cruz.
O real portador da treva
é celestialmente infeliz.
Estrelas curvadas a seus pés
tornam-no rei de universo vazio.
Pois o sentido do mundo
e todas as palavras proferidas
e todas as palavras imaginadas
se esgotam na pura contemplação.
O real portador da maldição
desconhece a sincera boa-vontade.
Nenhuma conversa, e nenhuma
palavra amiga é a ele endereçada.
Pois todos só dialogam
para ouvir a voz da Beleza
e todos rastejam à surreal aparência
e todos perseguem os passos luminosos
que, no entanto,
são a superfície densa
da intocável identidade.
Face à multidão apaixonada,
o belo respira solidão.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Soneto à Bondade da Lua
A bela flor do monte
ofusca a noite escura.*
Resplandesce, angélica, diante
da treva e de suas brumas.
O som de tensão é a vestal
para o lento dissipar da nuvem.
No negro profundo e virgem
desperta um farol ancestral.
Sobre um vale de sombras e lamentos,
erguem-se astros livres dos tormentos
que floresceram em nosso passado.
E o contemplar da imagem violenta
reverbera, cura a alma pestilenta.
Seu facho é, enfim, resgatado.
--------------------------------------------------------
* Versos de Jesus, do grupo musical Vozes e Acordes.
ofusca a noite escura.*
Resplandesce, angélica, diante
da treva e de suas brumas.
O som de tensão é a vestal
para o lento dissipar da nuvem.
No negro profundo e virgem
desperta um farol ancestral.
Sobre um vale de sombras e lamentos,
erguem-se astros livres dos tormentos
que floresceram em nosso passado.
E o contemplar da imagem violenta
reverbera, cura a alma pestilenta.
Seu facho é, enfim, resgatado.
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* Versos de Jesus, do grupo musical Vozes e Acordes.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Corredor da Morte
Tem uma estrada longa.
Tão longa! Nem vejo o fim...
Ah, que adiantaria?
O real nunca é tão belo,
e o além me instiga o faro.
Então, por ela, caminharei!
Do mundo, à tangente chegarei!
Alcançar o limiar da Terra plana?
Claro! Nele, vou me pendurar!
E inicio o caminhar até a ponta,
a aventura que ferve em mim.
Já ouço a voz da euforia!
Eu sempre quis o futuro sincero
que a vida só fazia tornar raro.
Passam paisagens.
Mortes verdes, pássados amarelos,
traichoeiras límpidas e véus azuis intermináveis.
E, nas celas, pessoas e ratos,
em luta pelos últimos grãos
de dignidade.
Já vejo a saída da caverna!
A luz difusa me aguardava.
Desde o sempre, conhecia,
da vida bandida, o desfecho.
Assim que eu estiver no desfiladeiro,
meu grito ecoará nos sete mares.
E um raio muito intenso, ao me romper,
libertará minha pobre alma pra voar.
Tão longa! Nem vejo o fim...
Ah, que adiantaria?
O real nunca é tão belo,
e o além me instiga o faro.
Então, por ela, caminharei!
Do mundo, à tangente chegarei!
Alcançar o limiar da Terra plana?
Claro! Nele, vou me pendurar!
E inicio o caminhar até a ponta,
a aventura que ferve em mim.
Já ouço a voz da euforia!
Eu sempre quis o futuro sincero
que a vida só fazia tornar raro.
Passam paisagens.
Mortes verdes, pássados amarelos,
traichoeiras límpidas e véus azuis intermináveis.
E, nas celas, pessoas e ratos,
em luta pelos últimos grãos
de dignidade.
Já vejo a saída da caverna!
A luz difusa me aguardava.
Desde o sempre, conhecia,
da vida bandida, o desfecho.
Assim que eu estiver no desfiladeiro,
meu grito ecoará nos sete mares.
E um raio muito intenso, ao me romper,
libertará minha pobre alma pra voar.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Aeons
Vai contar para o Paulinho
que eu vou lá pra madrugada
acender uma fogueira
e iluminar a encruzilhada.
Ah! Que solidão!
Sombras do nosso verão...
A tocha da juventude se avoluma em ti!
que eu vou lá pra madrugada
acender uma fogueira
e iluminar a encruzilhada.
Ah! Que solidão!
Sombras do nosso verão...
A tocha da juventude se avoluma em ti!
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