Tem uma estrada longa.
Tão longa! Nem vejo o fim...
Ah, que adiantaria?
O real nunca é tão belo,
e o além me instiga o faro.
Então, por ela, caminharei!
Do mundo, à tangente chegarei!
Alcançar o limiar da Terra plana?
Claro! Nele, vou me pendurar!
E inicio o caminhar até a ponta,
a aventura que ferve em mim.
Já ouço a voz da euforia!
Eu sempre quis o futuro sincero
que a vida só fazia tornar raro.
Passam paisagens.
Mortes verdes, pássados amarelos,
traichoeiras límpidas e véus azuis intermináveis.
E, nas celas, pessoas e ratos,
em luta pelos últimos grãos
de dignidade.
Já vejo a saída da caverna!
A luz difusa me aguardava.
Desde o sempre, conhecia,
da vida bandida, o desfecho.
Assim que eu estiver no desfiladeiro,
meu grito ecoará nos sete mares.
E um raio muito intenso, ao me romper,
libertará minha pobre alma pra voar.
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