sábado, 9 de outubro de 2010

Letras na correnteza

Pra onde?
Ele vai andando nas cordas.
Procura uma nota no fim do caminho.
Não sabe, porém, que seu caminho
já trilhou toda a escarlate melodia.

Ele vai planando pelo ar.
Há dia sobre o vasto oceano.
O longínquo além confina a luz,
por baixo de panos dourados e de íris celestes,
da presença dela.

Mas a vontade dele
não é mais que um vidro quebrado,
tão frágil quanto o amor dela,
que se esgota e se desmancha.

Seria tudo isso
apenas uma mancha que se limpa?
Seria toda essa música
apenas palavras em nuvens?

Ele pressente que mais um ciclo
se findará em sua vida.
Que foi apenas uma vã epifania.

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