No fundo de qualquer mar
sempre está o celacanto a flanar,
andando e nadando e voando
no ritmo em que bem quiser navegar.
Assim, sem perder o encanto.
Não há paredes ou calçadas.
O oceano é uma avenida sem trânsito
e sem os murmúrios transeuntes.
O silêncio de sua idade
- uma era vasta tal qual o mar-,
pesa em seu corpo,
mas é vital à sua nobreza.
Só há o celacanto lá.
Sua onipresença é elusiva,
eslúvia na matiz lasciva
do abismo marítimo.
Alguém despertaria tamanho misticismo e beleza quanto um celacanto?
Nenhum humano, na certa.
Celacanto de
Richard Martin Souza é licenciado sob uma
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